Cada treinador tem as suas inspirações, o que me leva a realizar uma coreografia de uma determinada maneira? todas são diferentes, com movimentos particulares, mas sempre com a minha assinatura, é o que me distingue das outras/os treinadoras/es.
Tenho formas diferentes de inspiração; ou pela música que escolho, ou porque inventei determinadas figuras, saídas ou formações e estas dão me inspiração para realizar um esquema seguindo a minha ideia. Quer pela escolha de um tema, e aí faço uma coreografia temática, que pode ser sobre qualquer assunto.... ex: desportos. paisagens, estações do ano.... etc.
O importante e embarcar na ideia, é vive la ao máximo, é senti la.... Assim que começo não consigo parar, nem de pensar nela, nem de inventar. É pura adrenalina que me consome, como a pensar na coreografia, invento quando conduzo o carro, tenho sempre as musicas que estou a trabalhar no CD do carro, sonho com ela, chego mesmo a inventar enquanto durmo. Torna se uma obsessão.
Normalmente , quando estou a inventar um esquema de grupo, começo por experimentar saídas, todas as que conseguir executar com o numero de atletas que vão fazer parte da mesma. Nem sempre, tenho as 8 ou 10 atletas necessárias para os esquemas de grupo e combinado. Deste modo, tenho de me cingir ao que elas ponderam fazer para que o efeito seja idêntico a um esquema que tenha o numero completo de nadadoras.
Depois de escolhidas as saídas começo por preparar as partes mais difíceis, normalmente são as sequências de pernas, as que vão exigir maior apneia (tempo sem respirar). Guardo a sequência mais forte para o final. porque tal como o inicio , o final do esquema tem de ser marcante para o observador. Esta imagem vai sempre prevalecer quando for avaliado. Mas o risco também é grande, se a sequência sair com alguma falha , o esquema pode ficar comprometido. É um risco que tenho de correr.
Seguidamente ás sequências de pernas, faço as ligações entre as partes do esquema, e simultaneamente, coreografo os movimentos de braços e a parte expressiva. Esta é sempre a mais difícil não só pelas diferentes personalidades das atletas, como também pelas diferenças físicas entre elas. Mas tudo é possível tento escolher movimentos mais mecânicos consequentemente, mais fáceis de realizar de igual modo, como posições mais rectas dos braços e mãos. Quando tenho a sorte de ter atletas muito idênticas a nível dos movimentos, consigo fazer coreografias mais artísticas. Dando me muito mais motivação e liberdade para inventar.
Depois de tudo escolhido e alinhavado, só fica mesmo, a faltar o treino. Ai sim faço a parte fora de agua e as respectivas vénias, a de apresentação e a final.
E numa ultima fase, depois de tudo acabado, começo as alterações.... há sempre qualquer coisa que não saiu como previa... sou sempre muito critica, e quando tenho tempo, tento sempre alterar para melhor. Há sempre uma pedra solta, nunca nada esta perfeito..... quando um dia atingir mos a perfeição as coisas perdem o interesse.... há que ir sempre tentando mais e melhor, nunca parar.
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