Chega o dia, o dia em que as decisões têm de partir da razão.
O dia que todos tentamos ignorar.
Aquele dia fatídico que não queremos ter.
O dia em que os sonhos têm de ser postos na gaveta, o dia da lucidez.
Todos temos sonhos.
Há os corajosos que os perseguem que caem e de seguida se levantam, que não desistem por nada.
Mas...
Quando começam a faltar os apoios, as forças, quando as condições monetárias já não permitem seguir esse sonho tão ansiosamente esperado.
Há que parar, nem que seja por momentos, há que pensar com a cabeça, há que ser racional, frio, calculista.
É nesse mesmo dia que sentimos o coração apertado, o estômago as voltas, a cabeça a estalar.
Abdicamos do que nos deu energia, do que nos alimentou durante dias, meses, anos.
Abdicamos mas conscientes que o temos de fazer.
Abdicamos...... mas abdicamos hoje, com a certeza que um dia vamos lá voltar.
Viramos a página, mas deixamos lá um marcador...... não nos vai deixar esquecer do que nos fez sorrir, do que nos encheu o peito, do que nos alimentou e fez viver.....
Não há desistência para os fortes.....
Há adiamentos.
Não desistam,
congelem os sonhos para que possam derreter quando voltarem a surgir os raios de sol.